Existem vários fatores que coincidem para que a demissão de um gerente de projetos venha ocorrer.
Em tempos de crise ninguém está a salvo e ações preventivas, que evitam uma demissão devem ser executadas e monitoradas.
Entre os fatores que possam desencadear uma demissão, os principais são:
1 – Comportamental
Atitudes em um ambiente profissional podem elevar como denegrir sua imagem perante a organização.
Um gerente de projeto sem uma postura adequada é um tiro no pé para qualquer companhia. Assim como é possível, através de motivação, fazer com que uma equipe produza e entregue qualidade, também é possível que a falta de sensibilidade, empatia e o mais agravante como a imaturidade, façam com que a equipe despenque 30 andares e sem equipamento de segurança.
O fator comportamental é o quesito de maior relevância em um profissional, ouso afirmar que é até mais importante que habilidades técnicas.
Quando estou realizando um processo seletivo, procuro candidatos que demonstram o fator comportamental que mais se adeque ao perfil da organização, que mostre comprometimento, proatividade, vontade de trabalhar no cargo proposto e também desejo de fazer parte da organização.
Habilidades técnicas podem e devem ser treinadas e evoluídas conforme a carreira do colaborador se desenvolve. Já o caráter e perfil comportamental são mais difíceis de serem moldados conforme a expectativa do contratante.
Este fator comportamental se encaixar em qualquer cargo que seja, porém, quando se trata de um cargo de gestão, o comportamental fica ainda mais em evidência, sendo soft-kills de um gerente de projetos as ferramentas mais utilizadas em seu dia-a-dia, tais como, comunicação, liderança, resolução de conflitos, atitude positiva, etc.
É importante estar em constante revisão de seu perfil comportamental, obter feedbacks da direção é uma ótima forma de prevenir que o pior possa vir a acontecer.
2 – Formação do GP
A falta do conhecimento técnico é um outro fator agravante para o gerente de projeto. Muitas vezes faz com que ações não sejam tomadas com a sabedoria que deveriam. Mesmo com experiência, a médio e longo prazo, fará falta uma base sólida para que o profissional tenha um visão crítica mais acentuada.
Somente experiência não irá garantir a competência para o sucesso. É preciso conhecimento teórico, base de conhecimento a nível administrativo. As melhores práticas estão escondidas em livros, treinamentos e workshops. É necessário estar aberto para se reinventar, buscar informações e não ter medo de encarar o novo.
Cursar um MBA em gerenciamento de projetos é uma ótima opção. Além do conhecimento teórico obtido, pode se fazer um excelente networking e trocar ótimas experiências com professores, que em sua maioria são profissionais de mercado, que possuem a experiência prática e o conhecimento teórico, tornando-os grande fonte de conhecimento.
Obter certificações de alto nível como PMP® ou ASM® também são ótimas opções. Além de ter a credencial de um renomado instituto, você irá obter um excelente nível de conhecimento teórica na preparação para obter a certificação. Em tempos onde as empresas estão cada vez mais focando em padrões, seja ele de gestão tradicional ou ágil, obter uma certificação é um grande diferencial.
3 – Estrutura organizacional
Organizações com baixo nível de maturidade, acabam fazendo com que não haja uma estrutura adequada para o gerenciamento de projetos. A inexistência de um PMO também faz falta para que o gerente de projetos consiga desempenhar sua função com respaldo e padronização.
O fato é que no Brasil, a grande maioria das empresas está transição, de um mundo onde gerenciamento de projetos é tratado sem a devida importância, para um mundo onde se vê o poder da utilização de uma metodologia de gerenciamento.
O ponto aqui cabe ao gerente de projeto em conjunto com a organização, estruturarem ou reestruturarem a área de gerenciamento, focando em boas práticas e metodologias atuais. As chamadas repaginações “2.0” são tendências em diversas organizações de diferentes tamanhos.
4 – Falta de apoio executivo
O apoio executivo em uma organização é vital para diversas áreas. Tratando-se de gerenciamento de projetos, o apoio do patrocinador é vital, sem este apoio, será um fator agravante para o declínio da carreira do gerente. Quando falta uma estrutura de suporte, a performance do gerente de projetos não atingirá seu nível de cruzeiro.
A falta de autoridade do gerente de projetos também é um fator que faz com que suas atividades sejam impactadas, ainda mais quando falamos de estruturas organizações não projetizadas.
Cabe ao gerente de projetos tentar obter o apoio do executivo, mostrando a ele a importância do gerenciamento de projetos na organização e os benefícios que isto trará.
5 – Preparação ética
Por último, a questão ética é um fator que deve sempre ser levado em consideração. Muitas vezes o gerente de projetos não está preparado para lidar com uma determinada questão ética. Em algumas situações que envolvem conflitos de interesses, o gerente de projetos pode não ter a visão clara da conduta que deveria adotar, acabando por violar um determinado código de ética da organização.
O Brasil vive os últimos anos exemplos de falta de ética por parte de nossos políticos, onde a própria política acaba por corromper a grande maioria dos que a cerca. O gerenciamento de projetos no meio político do Brasil, é uma imensa guerra com a ética.